De acordo com a neuropsicóloga Morgana Andrade, que acompanha o
tratamento desde que o artista recebeu alta e foi levado para casa em
junho de 2011, ele tem melhorado significativamente. "No início ele
tinha respostas mínimas, trabalhávamos muito pouco tempo e agora
conseguimos estender mais o tempo da terapia", disse.
Ainda segundo ela, os médicos descartaram a hipótese de que ele
estivesse em um estado de coma vigil, em que há reações como piscar os
olhos, chorar ou sorrir, mas que são involuntárias. Os médicos passaram a
acreditar que as ações dele são propositais depois que ele passou por
testes com o equipamento e esboçou respostas com o olhar a rápidas
perguntas feitas pelos familiares.
Os testes foram feitos na segunda-feira (3) na casa de Shaolin. A
máquina, de tecnologia sueca, consegue obter respostas através dos
movimentos dos olhos do paciente quando ele é submetido com pequenos
estímulos. No caso do artista, os estímulos foram pequenas perguntas em
que o equipamento captava uma confirmação ou uma negativa, ou seja, ele
respondia apenas se sim ou se não.
O cunhado de Shaolin, Ricardo Santos, disse que a maioria das questões
era indagando o humorista se ele reconhecia ou não as pessoas. "Ele deu
mostras de que está totalmente consciente e conheceu todas as pessoas
que estavam no quarto, inclusive gente que ele não via desde antes do
acidente", disse. Segundo ele, o equipamento foi apenas testado e os
médicos paraibanos vão passar a utilizá-lo depois que fizerem alguns
estudos.
Apesar disso, a esposa de Shaolin, Laudiceia Veloso, disse já estar
ansiosa para se comunicar todos os dias com o marido, mesmo que
limitadamente através do aparelho. "Foi emocionante! Há muito tempo a
gente espera uma resposta dele de alguma forma. Até o momento não
tínhamos uma resposta concreta, mas a partir da máquina conseguimos. Ela
vai demonstrar como e até onde o nível de consciência dele está
aumentando. Vai ficar muito mais fácil de se comunicar" relatou.
Ricardo disse que os médicos explicaram à família que Shaolin tenta se
comunicar, mas não consegue se expressar. "A comunicação através da
máquina é muito sutil. Quanto ao avanço no tratamento é preciso esperar
para saber se ele vai continuar assim, se vai melhorar, se vai ficar com
sequelas. É preciso esperar", disse.
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